Psicóloga Nanda Perim, conhecida como PsiMama, fala sobre a importância de entender os pais para alcançar os filhos em uma educação humanizada
Bater na criança como forma de disciplina: certo ou errado? Essa é uma das principais perguntas direcionadas à PsiMama, se não a principal. A psicóloga explica que essa é uma grande dúvida, além de também se tratar de uma dificuldade dos pais, pois mesmo aqueles que acompanham o trabalho de Nanda, acabam recorrendo à prática pelo costume e pela normalidade com que ela é vista na sociedade.
Nanda Perim explica que a partir daí pode-se perceber o primeiro diferencial a respeito de seu trabalho: além de explicar de forma didática como funciona o cérebro da criança, o que esperar dela e porque se comunicar com ela de determinada maneira, a psicóloga atua com orientações ao comportamento dos próprios pais. Ela conta que o esforço em ter compaixão pelos pais faz toda a diferença.
“Se uma mãe ou pai chega para mim e fala ‘eu bato no meu filho’, eu vou olhar para essa mãe, para esse pai, e falar ‘faz sentido você bater no seu filho, foi o que você aprendeu a sua vida inteira, foi o que aconteceu com você, é a reação automática do seu cérebro, porque foi o que você ouviu a vida toda’”, narra. Mas logo depois ela insiste na necessidade de quebrar esses ciclos e colocar em ação a educação sem palmadas – e também sem culpa do que era feito antes. “A partir de agora é o que conta”, explica a psicóloga.
Ela diz que explica para os pais que tomar atitudes como essas não faz deles pais ruins, pois dentro do entendimento deles, que foi criado em outras circunstâncias, educar dessa maneira fazia sentido e foi uma decisão tomada na melhor das intenções, em busca de acertar. Mas que, a partir disso, ela expõe como a criança sofre com esse tipo de postura, como isso afeta a criança e que ela pode ajudar os pais a encontrarem formas mais respeitosas e assertivas de criarem seus filhos.
Adotar essa postura gera empatia e conexão com os cuidadores e, como PsiMama conta, a partir do momento em que essas pessoas se sentem vistas e acolhidas, sentem ser retirado de suas costas um peso muito grande. Isso facilita o processo de uma educação mais humana com os pequenos, já que os pais conseguem aceitar o que faziam e, então, aceitar a possibilidade de mudança de comportamento.
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