Demanda por crédito sobe 6% em setembro
Sinal positivo veio após oito meses de retração, segundo INDC, mas cenário ainda indica necessidade de cautela
A demanda por crédito no Brasil registrou crescimento de 6% em setembro, na comparação com os últimos 12 meses. Este é respiro para o setor, após oito meses consecutivos em que a busca por financiamentos apresentou queda. No período, o melhor resultado foi o do setor de serviços, que cresceu 20%, seguido por bancos e financeiras (+10%). Já o varejo, obteve queda de 3%. Os dados são do Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), que mede mensalmente o número de solicitações de financiamentos nos segmentos de varejo, bancos e serviços.
Mesmo com o sinal de melhora, é necessário cautela, já que o segmento varejista, que tem maior peso na análise do comportamento dos consumidores, apresentou resultado negativo. “Já havíamos previsto uma melhora conservadora, considerando que a oferta de crédito vem sendo reduzida pelos bancos e financeiras devido à instabilidade econômica. Nesta reta final de ano, a expectativa é sempre positiva com as datas comemorativas, mas um crescimento considerável para o setor irá depender muito de como os consumidores se planejaram para este período”, afirma Natália Heimann, head de produtos Analytics da Neurotech e responsável pelo indicador.
Dentro do varejo, a categoria que registrou maior queda foi “Supermercados”, recuando 40%. EletroMóveis também ficou abaixo do esperado (-7%). Lojas de Departamento (+34%), Vestuário (+3%) e Outros (+40%) completam a lista com resultados positivos.
Mês a mês
Na comparação mensal, setembro registrou alta de 11% contra agosto, o que justificou o bom resultado anual após um longo período de quedas. Por segmento, a demanda por crédito ficou assim: bancos e financeiras (+15%); varejo (+11%) e serviços (-27%).
Já o recorte mensal varejista mostrou novamente o Supermercado em baixa: -30% entre setembro e agosto. Os demais apresentaram sinais de recuperação: Outros (+24%); Vestuário (+22%); Lojas de Departamento (+17%); e EletroMóveis (+4%).